Pink Floyd - The Wall

Pink Floyd

Muitos de nós, floydianos, somos fãs do Pink Floyd por causa da voz suave de Roger Waters, dos ótimos solos de guitarra de David Gilmour, do estilo "dó-ré-mi" de Nick Mason ou dos lindos acordes de Richard Wright. Admiramos os shows, as letras simbólicas e progressivas, a incrível capacidade de demonstrar sentimentos pela música, e muitas outras qualidades mais.
Porém, existe uma característica no Pink Floyd que poucas bandas possuem, e que atrai milhões de fãs em todo o mundo: a possibilidade de se envolver com as letras.
E, com certeza, o álbum THE WALL (e o filme) é o que mais tem essa capacidade de entrar em nossos corações. Podem chamar isso de alienação, mas, confesso que se eu não pudesse desabafar às vezes ouvindo aquele solo de guitarra em Comfortably Numb no último volume, já teria encontrado alguma outra forma menos sadia de acabar, ou pelo menos de me aliviar das preocupações (drogas, por exemplo).
Alguns podem achar exagero, outros sabem muito bem do que falo, porque também o fazem. E eu digo para vocês: se você não entrar na história, não se envolver, o álbum THE WALL será sempre um simples CD (ou vinil) duplo da capa branca, com "azulejos" e monstrinhos desenhados e que tem aquela música do "Hey teacher!". Porém, se você assistir o filme, deixar as músicas entrarem em seu coração, e passar a enxergar o muro que envolve a cada um de nós, verá que THE WALL retrata as nossas próprias vidas, nosso sofrimento de pessoas inteligentes que se importam e sofrem com o mundo que está aí.
Afinal de contas, aquele filme não é simplesmente uma história baseada na vida de Roger Waters, pois, se você prestar bastante atenção, descobrirá que essa "autobiografia incrementada" é apenas um pretexto para Waters e, por que não, Gilmour e Ezrin, apontarem tudo o que há de absurdo neste mundo louco em que vivemos.

Resumo : 
Para Floyd, o mundo estava errado. Mas para o mundo, quem estava errado era Floyd. Ele era o isolado, o diferente, o louco.
Quantas vezes isso não ocorre na nossa vida: enquanto nós podemos ver claramente inúmeros erros grotescos na sociedade, e nas pessoas, quando vamos falar com estas pessoas sobre o que está errado, quem acaba se passando por alienado somos nós mesmos. O próprio Roger Waters foi taxado de depressivo pela crítica por causa do THE WALL. Isso ocorre pela primeira vez geralmente logo na idade escolar, onde já podemos enxergar as diferenças entre nossos colegas.
Daí, quando nos vemos diante de um dilema como este, nosso instinto acaba tomando uma decisão, de nos juntarmos aos alienados ou não. Se o nosso instinto acatar a segunda opção, o muro começa aí, e só vamos nos dar conta dele bem mais tarde...
Quebrar o muro significa mudar o mundo, para que não precisemos mais ficar isolados dele. Mas isso é muito difícil, Floyd não conseguiu. Ao invés de ele quebrar o muro, a sociedade é que o derrubou. Ter o muro derrubado significa ter suas idéias expostas e ridicularizadas pela sociedade, a voltar a ser chamado de “alienado” pelas pessoas que se julgam normais.

Conclusão:
Então, o que devemos aprender com THE WALL ?
A verdadeira mensagem está naquele menino que aparece no final do filme, que joga a sujeira fora da garrafa: talvez não precisemos nos isolar do mundo para tentar mudá-lo, mas sim, limparmos a sujeira de nossos corações e seguir em frente. Temos que quebrar os tijolinhos que aparecem no dia-a-dia constantemente, e não deixar que eles formem um muro enorme.
E você já reparou que, com todo o seu sofrimento, Floyd não disse uma palavra contra Deus? Pois é, se o muro te cerca pelos quatro lados, a saída está lá em cima. Sempre.

Assista abaixo Online 



adaptado de : http://whiplash.net/materias/especial/000242-pinkfloyd.html

Nota IMDb 7.8 
Nota Pessoal 10.0 

Autor : Antonio ~ Saiba um pouco mais sobre o cara que escreveu o tópico acima.

19 Anos, programador, fotográfo, respira livros, ama café e tenho uma tardis na garagem.
Data do post : sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

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